O
sonhador, parado em uma encosta – como se fosse quase no topo de um planalto, mas
ao mesmo tempo não muito longe do chão –, direcionou o olhar abaixo e para trás
de si e viu um grande e profundo lago de águas cristalinas. Ficou muito admirado,
a estranhar o objeto de sua observação: a água daquele lago estendia-se para
cima da altura que deveria ter o seu nível, quase chegando ao ponto onde o observador
se encontrava, sem que se espalhasse nem tampouco escorresse para nenhum lado,
assim como uma gelatina fora da forma que a deu forma. Fitando fixa e atentamente a imagem supra, mas
que em relação ao ponto de observação era ligeiramente inferior, o homem, como
a aperceber-se n’um transe, ficou perplexo!
Contudo,
as estranhezas continuariam a surgir! Ao olhar à parte direita do lago,
cristalino que era, o cismador pensou ter visto dento d’água, em pé no solo altamente
submerso, dois homens interagindo entre si. Eles o notaram, encararam-no por
alguns instantes, mas logo puseram-se a correr em direção a uma enorme parede
de pedra, à semelhança de uma esquina, de modo que saíram do campo de visão
observável.
Depois
dessas coisas, outra cena se apresentou diante dos olhos do concentrado espectador,
cena esta também submersa: um senhor idoso caminhava naturalmente (a semelhança
dos outros dois), aparentemente desolado, com o olhar perdido ou indeciso, a
fumar um charuto. Não se deu conta de que era assistido do “mundo superior”,
nem sequer olhou naquela direção.
Em
seguida, o sonhador viu um quarto homem, desta vez com a água até a cintura,
saindo em direção à praia deserta que encerrava a parte da água vertical. Ele
estava vindo de dentro do lago a empurrar uma bicicleta, era conhecido de longa
data do homem que o observava, o qual o interrogou: “Você viu como esta água
está alta?” – “Sim, mas não fui só eu quem fez isso!” – respondeu o ciclista.